AVISO

          O telegrama ainda estava na mão do Xerife cuja recomendação era: não deveriam e nem poderiam ser abatidos. Parte do pagamento já tinha sido efetuado. Havia um grande escoamento de madeira com duração estipulada para seis meses. Para que não ficassem expostos, estavam enviando uma dama que ficaria com o salão que pertencera a Manarry.

          −... Não podemos ser abatidos… Recomendar é fácil. – resmungou o senhor Isaac.
          Sugeriu o Xerife organizarem um pequeno exército composto de cento e cinquenta homens. Circularia pela cidade em grupo de três bem como ficaria posicionado estrategicamente.
          −Bil Uil carrega na testa o nome escrito, senhor Xerife? – perguntou o senhor James.
          O Xerife disse que dificultaria a fuga. Uma vez dificultada, não haveria ação…Meditaram e deram razão.
          −Por onde anda Roy? – quis saber o Xerife levantando−se.
          −Certamente entretido com alguma bobagem. – respondeu o pai.
          Ao deixar a sala, Isaac disse que a conversinha da Estefânia não tinha o convencido. Deveriam apertá−la.
          −Não ouse cair na asneira. A bisneta do juiz é apaixonada pela professora Estefânia. – advertiu o senhor James.

BARRIL DE PÓLVORA

          Na avenida principal da cidade, onde a vida acontecia com maior intensidade: sede do Banco Lewis. Escritório do Xerife. Salões. Armazéns. Hotéis e pontos de carruagens. A senhora Luanda à janela do pavimento superior da residência, um sobrado, datado de um mil oitocentos e pouco, distraia-se olhando a movimentação da respectiva avenida. Ao avistar em dado momento homens em marcha, trajados com uniformes esquisitos, chamou o esposo. Então, ao seu lado, perguntou-lhe quem eram eles.
          −São soldados. – respondeu o senhor Blake.
          −Soldados do Forte Lion?
          −Por favor, Luanda! São soldados dessa gente.
          −Desde quando é permitido a essa gente ter soldados?
          −Desde quando queiram.
          A senhora Luanda, após meditar, disse que, se um dia fosse necessário grito de guerra partir de seus lábios, não hesitaria.
          −Vamos entrar, Lu. Estou lendo algo interessante. – convidou o esposo.
          −Para o inferno você com sua leitura. O meu mundo é de guerra e não de paz. Não fomos nós que iniciamos.
          −Sofre−se menos, Luanda.
          Abandonou a janela, retirou do baú um cocar da tribo Carambolas, ofertado pelo cacique Águia Verde, e o substituiu pela bandeira da pátria hasteada no pequeno mastro da residência.
          −Retire isso, Luanda. Poderá nos causar problemas. – pediu o esposo.
          −Ficará aí. Pressinto que algo está para acontecer.
          −Estão brigando com Bil Uil.
          −No dia do enforcamento dos protetores, os Carambolas emitiram mensagens.
          Do comportamento ressentido da senhora Luanda: O filho deles que era oficialmente Auxiliar de Xerife, um dia fora encontrado morto. O juiz para não confrontar com os prováveis assassinos remeteu o vago processo para a cidade grande onde permanecia inerte.

CAPÍTULO - VII
DESCUIDO

Comentários